Todo mundo pode ser empreendedor?

A resposta é sim.

Algumas pessoas possuem uma mentalidade já voltada para busca de problemas e oportunidades, que chamamos de mindset empreendedor, tentando sempre trazer soluções. Criam mapas mentais e possibilidades, trabalham muitas vezes com os recursos que tem na mão e procuram parcerias, são flexíveis e engajados.

Tentam imaginar múltiplos desfechos, trabalhando com as possibilidades. Experimentação faz parte do dia-a-dia, sem medo de errar e tentar novamente.

Mas essa é uma habilidade que também pode ser adquirida, através de aprendizado e treinamento.

Começar com recursos próprios, de forma pequena e experimental, e depois expandir, faz parte do empreendedor. É necessário estar preparado para desfechos inusitados: em alguns momentos, o público-alvo muda, e surge a necessidade de mudança de rota para obter sucesso. Ou seja: sair fora da caixa e quebrar regras faz parte do negócio.

Atualmente, falamos sobre 2 teorias na compreensão de empreendedorismo: Causal e Effectuation. Na teoria Effectuation, o empreendedor inicialmente não se preocupa com os resultados, e sim pensa em trabalhar com o que já tem de recursos e “aprender fazendo”, além de pensar no que pode perder caso o negócio não tenha sucesso. No início, ele não realiza planejamento: simplesmente as parcerias vão acontecendo, o empreendendor vai aprendendo com seus erros, até que consegue encontrar o caminho.

É uma forma interessante e que vemos com frequência acontecer nos pequenos negócios, por exemplo. Na área da saúde, outra forma interessante de modelos de negócio são as startups, que também muitas vezes se iniciam dessa maneira.

Foco no cliente é outro ponto importante no empreendedorismo, e o modelo do Value Preposition Design é uma ferramenta que nos auxilia. O empreendedor faz um mergulho em seu contexto, ajudando a coompreender o valor que será não só gerado com um produto e serviço, e sim como será a percepção desse valor pelo cliente.

Através desse modelo, levantamos os pontos de dor do cliente (sejam explícitos ou latentes), suas demandas não atendidas e podemos utilizar o desenho da persona para isso e o mapeamento da jornada.

Para quem nunca tinha ouvido falar, persona é o perfil de cliente ou usuário final mais comum em nossa jornada de empreendedor, e tem nome, idade, características pessoais, motivações e frustrações. Ao desenhar a persona, conseguimos identificar características sócio-demográficas, interesses e hábitos.

Outra ferramenta importante é o mapeamento da jornada. Com ela, é possível visualizar de maneira gráfica problemas e oportunidades, touch points e momentos de interação. A partir desse problemas e oportunidades e do desenho da persona, podemos partir para a ideação de produtos e serviços que tenham um melhor fit com o cliente-alvo.

Na proposta de valor, realizamos o mapa de valor, com os stakeholders (partes interessadas) envolvidos, seus benefícios com o produto ou serviço que foram propostos e o valor que seria gerado para cada stakeholder.

Ao encaixarmos essas ferramentas, conseguimos trazer a melhor proposta de negócio, com possibilidade de prototipagem e teste. A partir daí, podemos captar feedbacks nas iterações e realizar melhorias a partir dos feedbacks dos stakeholders.

Ficou curioso e quer saber mais? Acompanhe nosso blog e traremos mais conteúdo para você!

Referências

Andreassi et al. GV Executivo. vol.8 no2 ago/dez 2009

Hisrich et al. Chapter 1: THE ENTREPRENEURIAL MIND-SET

Value Proposition Design Book.